Hyldon promove novo álbum, “SoulSambaRock” | Portal Sucesso

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Autor de clássicos como “Na Rua, na Chuva, na Fazenda” (1975), Hyldon ficou conhecido do público como compositor e cantor de soul music. Mas uma rápida pesquisa em sua discografia mostra que sua guitarra também pode tocar alto quando necessário. Essa é uma das tantas características de “SoulSambaRock”, 16º disco da carreira do cantor e compositor, que chegou no final de semana passada às plataformas, com distribuição da ONErpm.

Com dez faixas, todas autorais (algumas feitas em parceria), o disco bem conectado aos tempos atuais tanto na forma em que foi produzido – com os músicos, cada um em seu home studio, sendo dirigidos por Hyldon — como pela variação de temas, bastante apropriados à atualidade. De acordo com o artista, as baladas também estão nesse trabalho, bem representadas por “Vida Que Segue” (feita para o disco da Gal Costa, “A Pele do Futuro”, de 2018) e pelas ‘blueseiras’ “Ninguém Merece Viver Só” e “Cada Um Na Sua Casa”, “que acabam criando um diálogo involuntário com seus títulos e letras nesta época em que o distanciamento social é o mais responsável a se fazer”.

A guitarra marca presença em “Boletos”, rock clássico com participação dos cariocas do Trio Frito e uma reivindicação antiga, mas super atual com as consequências da pandemia: “Parem de mandar boletos pra minha casa!”. É a única música do disco gravada com todos juntos no estúdio, no clima de “ao vivo”. O blues “Zondag In Amsterdam”, que apareceu como primeiro single desse álbum ainda em 2019, teve inspiração numa viagem de Hyldon para Amsterdam e cita pontos turísticos e costumes da cidade europeia.

As baladas, o blues e o rock são apenas uma parte da diversidade apresentada por “SoulSambaRock”. “República das Bananas”, que abre o disco, é uma bem-humorada crítica à política praticada na América Latina em tons caribenhos enquanto “SoulSambaRock, Sou” “promete esquentar as gafieiras pós-quarentena e suprir a demanda dos DJs de samba rock por novidades”, como informa o press release.

O rap, gênero diretamente influenciado por Hyldon e sua música, aparece com bastante relevância no disco. Enquanto “Um Luau Pra Você” tem produção pop e parceria com Rappin’ Hood, “A Lenda do Clube dos 27” surge mostrando um Hyldon cronista, antenado aos problemas e questões sociais das nossas periferias – e tudo isso com beats do badalado produtor Papatinho.

Hyldon mostra sua longevidade se utilizando de um gênero musical que ajudou a alimentar com sua obra pregressa. Em outra música bastante forte em sua mensagem, Hyldon apela para suas próprias origens baianas no batuque-soul “50 Tons de Preto”: “Sou branco da paz, sou preto dos negros exterminados, dos pobres injustiçados, sou moreno dos índios dizimados. Corre nas minhas veias o sangue pataxó, na minha mente a escrita de Machado de Assis amulatando meus ‘ais’ sem dó”.

Já em todas plataformas digitais.

Fonte: Portal Sucesso