Álbum obscuro de Hyldon, ‘Sabor de amor’ ganha edição digital 40 anos após o lançamento em 1981 | Pop & Arte G1

 

Gravado com músicos como Alex Malheiros, Mamão e Renato Piau, o disco prima pelo excelente acabamento instrumental.

♪ Embora tenha entrado em cena em 1965, como integrante da banda Os Abelhas, o cantor, compositor e músico baiano Hyldon conquistou o Brasil somente uma década depois com a edição do primeiro álbum, Na rua, na chuva, na fazenda…, em 1975.

Concentrado na segunda metade dos anos 1970, o auge artístico e comercial da carreira fonográfica de Hyldon também compreende os álbuns Deus, a natureza e a música (1976) e Nossa história de amor (1977), discos que, mesmo sem reeditar o estouro do LP de 1975, obtiveram certa repercussão.

Sabor de amor – quarto álbum de Hyldon, lançado em 1981 pela gravadora Continental e reposto em catálogo neste mês de abril de 2021,em edição digital, 40 anos após o lançamento – sempre foi um título mais obscuro da discografia do cantor.

A gênese do álbum Sabor de amor começou em 1980, ano em que, invertendo o processo habitual que prevê gravação de disco com repertório inédito e depois a apresentação desse repertório em show, Hyldon reuniu músicas novas, arregimentou trio de virtuoses – formado por Alex Malheiros (no baixo), Ivan Conti (o Mamão, na bateria) e Sérgio Carvalho (1949 – 2019, no órgão e no piano elétrico), além das irmãs vocalistas Jurema Silva e Jussara Silva – e estreou show no Teatro Opinião, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com composições como A última balada e Vadiagem no roteiro.

Na sequência, ao entrar em estúdio para gravar o álbum Sabor de amor com inéditas como a música-título, um sambalada cheio de bossa, o soulman ampliou o time de instrumentistas e convocou o pianista Antonio Adolfo, o percussionista Don Chacal (1941 – 2011), o guitarrista Renato Piau, o tecladista José Roberto Bertrami (1946 – 2012) – integrante do Azymuth, assim como Alex Malheiros e Mamão – e o trompetista Marcio Montarroyos (1948 – 2007), cujo sopro do flugelhorn pontua a balada Amor, riso e lágrimas (Hyldon).

Contando com esse time na gravação do álbum, Hyldon orquestrou a produção musical e criou os arranjos de Sabor de amor, disco de repertório inteiramente autoral em que, fiel ao soul de sotaque brasileiro, o artista apresentou composições como Renascimento, Cubana (parceria com Jackson Góes), Siga o teu caminho (assinada com Ivan Conti, o Mamão), São Conrado e Vem dançar o samba (parceria com Alex Malheiros).

Mesmo sem ter rendido sequer um hit a Hyldon, até pela inabilidade da gravadora Continental na promoção e no comércio de discos mais sofisticados, o álbum Sabor de amor prima pelo excelente acabamento instrumental.

Lamentavelmente nunca editado em CD, o álbum Sabor de amor está disponível nas plataformas Apple music, Deezer e Tidal através da gravadora Warner Music.

Fonte: G1