Hyldon cantor

BIOGRAFIA

Nascido em Salvador, o baiano Hyldon é o que podemos chamar de artista versátil. O hitmaker afirma seus multitalentos não só como cantor e compositor, mas também como excelente produtor, baixista e guitarrista do gênero soul. Nascido em 1951, Hyldon vive da música desde os 14 anos. Foi instrumentista no início de carreira, tendo passado a produtor conforme foi amadurecendo. Sua popularidade foi muito grande nos anos 70 com o lançamento de seu primeiro sucesso, a canção “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê)“, título de seu primeiro álbum. Outros grandes sucessos vieram após esta grande pérola da música brasileira, tais como: “As Dores do Mundo“, “Na Sombra de uma Árvore”, “Acontecimento” e “Velho Camarada“. Hyldon, Tim Maia e Cassiano formam a tríade sagrada da soul music brasileira. Há quarenta anos suas músicas fazem parte do imaginário de várias gerações sejam nas suas gravações originais presentes em filmes e novelas ou ressurgem através de regravações de novos artistas.

Tinha Hyldon 8 anos de idade quando o Rock in Roll entrou em sua vida. Começou a tocar violão e aprendeu as músicas de Elvis Presley, Little Richard, Bill Halley e Ray Charles. Sua primeira guitarra foi um presente de seu primo Pedrinho, dos Fevers, uma Gianinni supersonic café com leite. Aos 14 anos, montou a banda “Os Abelhas”, onde tocou em clubes, programas de rádio e TV. Aos 16 anos, seus pais retornaram a Bahia, porém, o músico sentiu que seu lugar era no Rio, e foi morar com seu primo. Essa permanência na cidade maravilhosa lhe rendeu muitas boas oportunidades em sua vida musical. Teve parceiros como Jerry Adriani, Simonal, Wanderley Cardoso, Rosa Maria Collen e Elizabeth.

Hyldon começava a se firmar como músico participando em diversas gravações e shows como instrumentista. Foi quando acompanhou Os Diagonais (Cassiano, Camarão e Amaro) numa excursão pelo interior de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Se Hyldon já curtia e havia composto alguns “soul”, essa convivência com Cassiano foi a gota d’água para se apaixonar de vez pela Black Music. Logo conheceria Tim Maia, de quem se tornou amigo, parceiro e músico da sua banda, tocando contrabaixo nos shows e guitarra base nos seus discos.

Com toda essa bagagem musical, Hyldon recebe um convite para produzir na Polydor, em 1972. Sua condição para aceitar foi a de lançar seu próprio trabalho. Por lá, acaba produzindo grandes discos de sucesso que alcançaram vendagens acima de 200 mil cópias, como Erasmo Carlos, Diana, Wanderléa e Odair José. Acabou inclusive tocando guitarra no maior sucesso da carreira de Odair, “Pare de Tomar a Pílula”. Trabalhou com Tony Tornado e recusou convites de Elis Regina e Gal Costa para se dedicar mais as suas composições.

Finalmente, em 1973, é dada a oportunidade do músico de gravar seu single “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê) / Meu Patuá”. Logo após o lançamento, “Casinha de Sapê” rapidamente alcança os primeiros lugares das paradas de sucesso de todo Brasil. No ano seguinte, lança outro single com “As Dores do Mundo/ Sábado e Domingo”. O fato se repete e seu segundo single explode nas paradas. Após estes dois êxitos, consegue finalmente grava seu tão sonhado álbum “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”, emplacando também “Na Sombra de uma Árvore“, “Acontecimento” e “Sábado e Domingo” e ”Vamos Passear de Bicicleta”. Seu compacto duplo extraído do LP, bateu o recorde de permanência nas paradas do sucesso e permaneceu quase 10 anos entre os primeiros lugares (Fonte Nopem).

No início dos anos 80, Hyldon se apresenta no Teatro Opinião em um show acompanhado pela banda Azymuth e pelas irmãs Jussara e Jurema do Trio Ternura no vocal, com direito a canja de Tim Maia. Desse show nasceu seu Quarto Long Play “Sabor de amor”, pela gravadora Continental.

Dois anos depois, o single de grande sucesso “Velho Camarada” foi um marco na parceria de Hyldon, Tim Maia e Fábio. Já no ano seguinte lança um compacto com a música “Novas Emoções” pela Som Livre, que entra na trilha sonora da novela “Livre para Voar”, da Rede Globo.

Seu novo álbum então sai por uma nova gravadora, a Esfinge, em 1989. O disco conta com a participação de Alfonz Jones, cantor norte-americano, sendo mixado nos Estados Unidos pelo produtor Wayne Handerson.

Na metade da década, em 1996, Hyldon começa a ser redescoberto pelos novos nomes da música brasileira, tendo duas músicas suas regravadas e tornando-se sucessos novamente. O Kid Abelharegrava “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê)” no seu disco “Meu Mundo Gira em Torno de Você”, Seu Videoclipe, inclusive, conta com a participação do compositor, vendendo mais de 500 mil cópias. No mesmo ano, o Jota Quest regrava “As Dores do Mundo” no seu disco de estreia e atinge os primeiros lugares da parada de sucesso.

O redescobrimento de Hyldon passa também pelo cinema que começou a utilizar suas músicas como trilha. Filmes como Cidade de Deus, Carandiru, Durval Discos, O Homem do Ano, O divã, Antônia, entre outros, usaram os clássicos do cantor para compor suas trilhas sonoras.
Hyldon resolve lançar um disco de inéditas através de seu selo, em 2009. “Soul Brasileiro” contou com participações de Carlinhos Brown, Chico Buarque, Zeca Baleiro, Roberto Frejat, Jorge Vercílio, Carlinhos Vergueiro, Dalto, Tunai, Carlos Dafé, Zé Menezes, Karla Sabah e Alessandra Verney, entre outros. Já na sequência, em 2010, comemora os 35 anos do lançamento de seu primeiro disco, realizando uma série de shows gravados pela RWR/ Polygran. Seu primeiro registro ao vivo é lançado em CD e DVD, com distribuição da Universal. No projeto, contou com participações de Bebeto, Carlos Dafé, Michael Sullivan, Mr. Catra, Gil Metralha, Yasmin Medina e Sérgio Loroza, misturando a nova com a velha geração da música negra brasileira.

Repetindo parcerias de sucesso, em 2014 Hyldon lança “Romances Urbanos”. Continuando a boa química com Zeca Baleiro, Céu e Arnaldo Antunes, e agrega novas, como Jorge Vercillo, os rappers Mano Brown e Dexter, Pedro Luís e Sérgio Natureza, além de artistas da nova geração.

Celebrando os 40 anos de seu emblemático álbum “Na rua, na chuva, na fazenda”, em 2015 o cantor lança um disco comemorativo. Em “A Origem”, Hyldon refaz seu primeiro disco com voz e violão fechando o ciclo.

O Soulman não para, lançou no final de 2016 mais um disco autoral: “As Coisas Simples da Vida”. O álbum recebeu grandes elogios da crítica e foi selecionado pela Revista Rolling Stone como um dos 25 melhores discos do ano. Hoje já está em todas plataformas digitais, em CD e disco de vinil pela Deck/Polysom. O projeto gráfico aclamado pela crítica é da dupla Daryan Dornelles (Fotógrafo) e Flávio Albino (Designer Gráfico).

E em 2017, o cantor subiu novamente aos palcos do Rock in Rio. Sim, foi a sua segunda vez na cidade do Rock pois a convite da banda portuguesa Orelha Negra, seus fãs, participou do Rock in Rio Lisboa de 2012, e junto com Kassin, emocionaram o público. O mestre Hyldon, como é chamado por muitos do meio musical, repetiu o sucesso ao lado da cantora e compositora Ana Cañas, cantora revelação do cenário contemporâneo musical brasileiro muito bem acompanhados por uma super banda capitaneada pelo grande guitarrista Edgar Scandurra (Banda IRA). A mistura Rock in Roll + Ana Cañas + Soul + Mestre Hyldon, foi um dos momentos mágicos do Rock in Rio 2017.

Em 2020, chegou a vez do álbum SoulSambaRock, totalmente conectado aos tempos atuais, urbano e diverso. O disco vai do rock clássico “Boletos”, que tem a participação do grupo Trio Frito, ao rap, com “A Lenda do Clube dos 27”, um rap com beats do renomado produtor Papatinho (afilhado musical de Hyldon). Também tem balada, marca registrada de Hyldon, com “Um Luau Pra Você”, que recebeu parceria e participação de Rappin’ Hood, e protesto, com o batuque-soul “50 Tons de Preto”.

Já em 2022, Hyldon resolveu lançar um novo trabalho, mas olhando para o passado e toda a sua trajetória. A ideia foi reunir (e regravar) músicas que foram feitas com parceiros, dos mais diversos. Assim chegou o álbum Parceiros – que homenageia também, logo na capa, sua parceira na vida, a esposa Zoé Medina, e traz uma foto feita no dia do casamento dos dois. Entre as faixas, tem parcerias com Nando Reis, Caetano Veloso, Tim Maia, Paulo Coelho e Dexter e Mano Brown, entre outras.

Nesse mesmo ano, em junho, Hyldon viajou para Los Angeles a convite do selo Jazz is Dead para a realização de shows em conjunto com Marcos Valle e o trio Azymuth. E essa viagem foi frutífera! Além dos shows, das experiências e da convivência com amigos de longa data, Hyldon gravou a música “Viajante do Planeta Azul”, lançada posteriormente (outubro de 2024) pelo selo no álbum Jazz is Dead 021 em vinil com tiragem limitada e no formato digital/streaming com o músico e produtor Adrian Younge. Outras músicas foram gravadas e devem ser lançadas num álbum ainda sem previsão de data.

O festival Rock in Rio aparece novamente na biografia de Hyldon com o show “Pra Sempre Soul”, realizado no dia 21 de setembro de 2024, quando Hyldon subiu ao palco acompanhado da Banda Black Rio e Claudio Zoli. Dias antes, Hyldon também esteve no lineup do Coala Festival, em São Paulo, onde fez parte de uma celebração à música negra que reuniu três gerações: ele, Sandra Sá e Tássia Reis.

Para 2025, os planos são muitos e já estão em prática: Hyldon prepara um disco de inéditas, totalmente gravado em estúdio analógico e com uma formação diferente na banda, mais jazz – mas sem esquecer o groove. Também há um documentário em produção, com direção de Emilio Domingos e Felipe Rodrigues (Chic Show), que vai contar toda a trajetória de Hyldon. O nome escolhido é “As Dores do Mundo”. E, pra finalizar, 2025 reserva as comemorações dos 50 anos da sua estreia em disco, Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda.