Leo Maia grava Hyldon

Leo Maia

Em seu terceiro CD, ‘Sopro do Dragão, o filho do ‘Síndico’ cruza o suingue das gafieiras com o balanço dos bailes do movimento Black Rio

Leo Maia não nega a raça. Filho de Tim Maia (1942 – 1998), ele segue com propriedade os passos do pai em seu terceiro CD, Sopro do Dragão, nas lojas neste mês de agosto com o selo da LGK Music e a distribuição da Som Livre. No disco, o artista evoca o balanço das gafieiras – não por acaso, duas das 14 faixas são intituladas Bendita Gafieira e Ela Dança Gafieira – sem deixar de lado as levadas do funk e do soul que imperavam nos bailes da pesada que agitavam os subúrbios e as periferias cariocas nos anos 70, época áurea do movimento Black Rio.

Essa herança é perceptível em músicas como I Go, I Go, parceria de Leo com Cássio Calazans. Leo, a propósito, assina nove músicas no repertório majoritariamente inédito e autoral. O funk Amor à Moda Antiga, parceria do artista com Seu Jorge, atesta que o jovem artista é legítimo discípulo do suingue black. Da lavra alheia, vale destacar Revanche – balada assinada por ninguém menos do que Hyldon, expoente da geração soul dos anos 70 que foi capitaneada por Tim Maia – e Homem do Espaço, tema antigo de um dos reis do suingue nacional, Jorge Ben Jor, regravado com muita propriedade por Leo Maia em Sopro do Dragão.

Por Mauro Ferreira
Fonte: Saraiva Conteúdo