Hyldon promoveu um verdadeiro baile black no Teatro Rival Petrobras na última quarta-feira (19/03). Acompanhado de uma super banda (com direito a Marlon Sette no trombone e Diogo Gomes no trompete), o soulman apresentou canções de seu novo disco, “Romances Urbanos”(leia uma entrevista com o músico), e relembrou sucessos antigos, além de homenagear Tim Maia com hits como “Gostava Tanto de Você”. Para melhorar, ele ainda convidou Bebeto, Serjão Loroza, Zeca Baleiro e o saxofonista que acompanhava Tim na banda Vitória Régia, Tinho Martins, para participações que fizeram a diferença.
“Foi no Baile Black”, do novo disco, foi a música de abertura. Logo depois, Hyldon já presenteou os fãs com seu clássico “Na Sombra de uma Árvore” e com “Revanche”, canção já gravada por Léo Maia, filho de Tim. Em seguida, entre uma música e outra, Hyldon homenageou Johnny Alf (“Ele etra negro, homossexual… nunca foi valorizado como deveria”), falou de futebol, de política e apresentou a banda aos poucos. Clássico de Gilberto Gil, “Procissão” virou um funk interessantíssimo.
Para chamar o contemporâneo Bebeto, Hyldon foi só gozação: “Eu tinha 14 anos quando ia ver ele tocar. Ele é o rei do baile e ele é flamenguista!” Dele, a dupla puxou “A Beleza é Você, Menina”. “Sábado e Domingo”, de Hyldon, virou um sambalanço. Na vez de Serjão Loroza, foi o convidado quem desandou a falar.
“Maneiro! Deus te abençoe! Legal ver aqui meu ídolo. O cara que era ídolo e agora é amigo”, iniciou a conversa. “Eu sou negão carente. Eu podia estar roubando… podia estar matando, mas eu estou aqui cantando. Tu me chamou e a galera aplaudiu pouco pra caralho”, continuou, arrancando aplausos mais empolgados da plateia.
A dupla cantou “Velho Camarada”, emendando com “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”. Tinho Martins entrou no palco quando Loroza estava lá. “Eu sou fã desse cara e tive o prazer de ter uma música minha gravada no disco dele”, comentou Hyldon.
“Eu já fui neguinho de Madureira! Nem nos meus melhores sonhos de infância eu imaginei que estaria aqui no palco do Rival ao lado de Hyldon”, derreteu-se o negão. “Essa música é porque aqui no Rio a gente dá 2(dois) beijinhos e, em São Paulo 1(um), eu cansei de ficar no vácuo. Na Bahia, o pessoal dá 17″, brincou Hyldon, anunciando a próxima música que cantaria com Loroza. “17 beijos” está no CD “Carpe Diem”, de Loroza.
Hyldon chamou os convidados por ordem alfabética. “Chegamos na letra Z , de Zoé, de Zâmbia”, avisou. Agradeceu a Sony, distribuidora de “Romances Urbanos”, e a Warner Chapell, editora de suas músicas, e chamou Zeca Baleiro: “Vou chamar um cara de quem sou fã. Minha mulher é fã ouve ele o dia inteiro. Só não fico chateado porque sei que a mulher dele também é minha fã.”
Juntos, apresentaram duas parcerias recentes: “No Fim da Estrada tem uma Cidade”, que está no disco de Hyldon, e “Calma Aí, Coração”, que dá nome ao novo DVD de Baleiro. Entre uma e outra, o soulman deu uma saidinha do palco para o amigo afagar a plateia com “Telegrama”.
Antes de acabar o show, Hyldon ainda homenageou o colega de time de futebol Chico Buarque, interpretando “João e Maria”, e refrescou a memória da galera com mais um hit seu, “As Dores do Mundo”. O músico avisou que não ia sair e voltar para o bis. “Olha, eu já passei dos 60 e vocês têm que respeitar isso. Quando eu acabar é porque acabou”, disse. E finalizou com o grande sucesso de sua vida, “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”.