Chemical Funk resgata história do Funk e sua chegada ao Brasil | Resenhando


“Funk Ancestralidade e Revolução” traz para a cena influências desde a formação do grupo de dança, em 2006, até o americano James Brown e os brasileiros Tony Tornado e Nelson Triunfo. A obra circula por equipamentos culturais da cidade de São Paulo, em diversas regiões, até dia 12 de agosto. A entrada é gratuita. Foto: Vanessa Duarte 

James Brown (1933-2006), é reconhecido como o papa do Funk, um gênero que nasceu da mistura de R&B (Rhythm and Blues), Blues, Jazz e Rock. Na década de 1960, seu modo de cantar e dançar ajudou a espalhar o estilo nos Estados Unidos e no mundo. Em pouco tempo, o Funk chegou ao Brasil e ganhou um novo suingue ao se misturar com músicas de rituais religiosos de matriz Africana, o samba, o forró, a música popular. O grave do baixo, a bateria polirrítmica se juntou ao som dos atabaques, do pandeiro, da cuíca e de grandes vozes, como a de Tim Maia.

Em pouco tempo, bandas e artistas nacionais como Gerson King Combo, Tony Tornado, Cassiano, Hyldon, Sandra de Sá, Lady Zu, Banda Black Rio,
Lincoln Olivetti ampliaram o cenário dessa forma musical. Funk Ancestralidade e Revolução, novo espetáculo Chemical Funk, mergulha nessas histórias e provoca a memória dos integrantes do grupo para tratar de herança cultural, transmitidas entre as gerações. O espetáculo segue em circulação por espaços culturais da cidade até 12 de agosto. A entrada é gratuita. Confira a programação completa abaixo.

O projeto, contemplado pela 32ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, apresenta as características do Funk em diferentes cenas e usa várias linguagens para apresentá-las ao público: dança, música e teatro. “Desde o primeiro espetáculo, nós usamos diversas técnicas. Para este espetáculo, tivemos preparação vocal também”, contam o diretor Ivo Alcântara e a produtora e dançarina Nathalia Glitz.

Como em outros processos de criação do grupo, que nasceu em 2006, Funk Ancestralidade e Revolução contou com encontros e parcerias com outros artistas do movimento Funk. Neste projeto, o Chemical Funk promoveu bailes, bate-papos e oficinas. “Nós temos a preocupação de manter a história viva para as próximas gerações. No nosso grupo, temos três gerações de artistas participando. Sempre dizemos que não somos apenas um grupo de dança, mas uma ideia, um modo de entender e disseminar a essência do Funk”, afirmam Alcântara e Glitz.

O espetáculo usa referências como capas de discos icônicas do movimento, traz histórias pessoais do elenco, os bailes e o estilo de dança que caracterizou o grupo, as Danças Urbanas, o Funk e seus desdobramentos. Além de envolver o público e convidá-lo para se unir ao elenco.


Chemical Funk
O Chemical Funk surgiu em 2006, reunindo um grupo de amigos que já praticavam Danças Urbanas em outros grupos e Cias do Estado de São Paulo, para poder compartilhar mais sobre as danças chamadas de “Funkstyles”, que são as danças vernaculares, atualmente conhecidas como Danças Urbanas que tiveram origem na Califórnia e são descendentes diretas do Soul/Funk.

Outra característica do grupo é o fato de gerar conexões entre as gerações, algo que ocorre desde de a sua formação até hoje. O grupo sempre criou projetos e iniciativas agregadoras, convidando outros artistas e outros coletivos para participarem de suas propostas, valorizando aqueles que já estavam fazendo antes de o grupo surgir e aqueles que estão começando agora.
Ficha técnica:

“Funk Ancestralidade e Revolução” com Chemical Funk. Direção geral: Ivo Alcântara. Elenco: Diego Henrique (Groove), Diego Oliveira, Evandro Ferreira (Smile), Fernanda Santos (Scherchiley), Ivo Alcântara, Jorge Luiz (Jorge Boog), Nathalia Glitz, Rafael Pinto Coura (RafaFunky), Stefany Alves, Tadeu Santos, Tiago Meira (Begins), Weslley Leite, William Leite. Preparação vocal: Klecio Miranda. Produção: Nathalia Glitz, Carolina Gomes Moreira. Design: Lusca. Vídeo e edição: Lusca. Fotografia: Vanessa Duarte. Iluminação: Renato Lopes. Assessoria de imprensa: Canal Aberto.


Serviço

Tendal da Lapa
Rua Guaicurus, 1100 – Água Branca, São Paulo.
Sexta-feira, dia 28 de julho, às 20h.

Casa de Cultura Raul Seixas
Rua Murmúrios da Tarde, 211 – Jardim Bonifácio, São Paulo.
Sábado, dia 29 de julho, às 15h.

Centro Cultural Monte Azul
Avenida Tomas de Sousa, 552 – Jardim Monte Azul, São Paulo.
Sábado, dia 5 de agosto, às 20h, e domingo, dia 6 de agosto, às 19h.

Centro de Referência da Dança (CRD)
Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo – Centro Histórico de São Paulo.
Sexta e sábado, dias 11 e 12 de agosto, às 19h.

Fonte: Resenhando