Rio – Renovar o repertório não é das características principais de Fábio Jr. — fato usualmente justificado por não ter como deixar de fora sucessos como ‘Pai’ ou ‘20 e Poucos Anos’. Na intimidade, porém, o cantor e compositor se revela antenado com novidades do mundo pop. “Já viu o DVD do John Mayer? Pô, o cara é f…”, recomenda. “Ben Harper e Jack Johnson também são demais. Adoro essa turma. Já fui roqueiro, mas passei dessa fase. Hoje, deixo essa responsabilidade para o meu filho”.
No papo exclusivo com o jornal O DIA, Fábio Jr. pega carona no título de seu novo CD e show, ‘Íntimo’ — que apresenta hoje e amanhã no Rio —, e revela muito mais do que anda escutando nos momentos de folga. “Uma separação é uma catarse, e estou muito machucado ainda. O palco para mim é como uma terapia, onde me sinto mais exposto e, ao mesmo tempo, mais seguro”, entrega, referindo-se à ex Mari Alexandre.
COM ELE NA SALA
‘Íntimo’ passeia pelos clássicos da carreira e músicas que estão no novo CD, como ‘As Dores Do Mundo’ (Hyldon) e ‘Do Fundo Do Meu Coração’ (Roberto e Erasmo). A ideia é levar o público para dentro da casa de Fábio Jr. “O cenário é uma tentativa de reproduzir a minha sala, com meu piano, um tapetão, uma mesinha e até um ventilador de teto”, descreve, enquanto procura os manuscritos com os textos que vai ler entre uma canção e outra. “Não sei se o público vai gostar de travar tanto contato com a minha intimidade, mas abro minha alma como nunca nesta turnê”.
LONGE DAS TELAS
A paixão pelo palco é inversamente proporcional à vontade de voltar a atuar na televisão. “Matei a saudade da TV no especial que gravei no fim do ano passado com o meu filho (o ídolo teen Fiuk). Iria virar série, mas não sei se vai rolar. Dessa forma, descontraída, curtiria fazer de novo, mas voltar à rotina puxada de novelas eu não quero mesmo”, decreta.
SENTIMENTO BLUE
A conversa rende ainda outras revelações inusitadas, como a vontade de gravar um disco inteiro de blues, cantado em português. “Sou muito fã do Eric Clapton”, elogia. O gênero, que bem traduz o sofrimento em forma de canção, tem mesmo a ver com seu momento atual: “Não quero pensar em casamento tão cedo”, garante. Mas Fábio Jr. não tem do que reclamar: “Nasci com o c… virado para a lua. Brigadu!”, agradece.