Hyldon encerrou a primeira edição do projeto Palco Brasil, em quatro apresentações em dois dias (19/12 e 20/12) na CAIXA Cultural de Salvador, sua cidade natal. Depois de mais de 30 anos longe da Bahia, o baiano radicado no Rio de Janeiro lotou quatro shows em apenas dois dias. Confira a matéria feita por Daniel Oliveira para o Jornal A Tarde:
Entre soul music e apresentação intimista (mais adequada ao blues) há uma grande distância. É esse vão que o cantor, compositor e guitarrista Hyldon encurta em seu mais recente show – de formato reduzido, sem banda -, que chega a Salvador, sábado, 19, e domingo, 20, às 17 e 20 horas (dois em cada dia), na Caixa Cultural.
Para ele, a equação é simples e a árvore genealógica da música, junto com as suas experiências, resolve com facilidade: “O pai do rock é o blues, que é mãe da soul music, e ouvi muito na infância Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e, é claro, Dorival Caymmi”, explica Hyldon.
Nesse sentido, as referências do soul e essas outras vivências, além dos trabalhos com bandas de rock no início da carreira, contribuem para a coesão da apresentação nesse diferente modelo, em dupla com o guitarrista Guinho Tavares.
Arquitetado a partir do disco-coletânea Na Rua, Na Chuva e Na Fazenda – A Origem, o show faz um apanhado de suas composições – regravações, parcerias e sucessos radiofônicos. Músicas como As Dores do Mundo e a faixa homônima ao álbum, também conhecida como Casinha de Sapê, estão no roteiro.
“Vou fazer uma retrospectiva e tocar meus grandes sucessos e também contar algumas histórias. Fazer a galera cantar junto e dar risadas de fatos engraçados”.
Hyldon também garante canções elaboradas com Tim Maia e Cassiano, aliados na difusão da soul music. “Irei homenagear os meus parceiros”. Os três se conheceram nos anos 1970 e firmaram sólida parceria, uma espécie de santíssima trindade, que de santa não tinha nada, do soul music no país.
Antes desse período, o artista era mais conhecido pelo seu lado compositor e já tinha músicas gravadas por nomes como Wilson Simonal, Tony Tornado e Jerry Adrianni.
Nascido em Salvador, Hyldon viveu na Bahia até os sete anos, quando foi morar no Rio. Ele conta que a capital baiana é o lugar de recarregar as baterias e ativar memórias afetivas, como da Igreja do Bonfim e da praia da Boa Viagem. “Só em pisar em Salvador fico emocionado”.
Fonte: Daniel Oliveira, A Tarde