O cantor, compositor e guitarrista celebra os 35 anos de lançamento do LP Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda. Foto: Divulgação O cantor, compositor e guitarrista celebra os 35 anos de lançamento do LP “Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda” Foto: Divulgação Paulo Noviello Celebrando os 35 anos do seu LP de estreia, o clássico Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, o cantor, compositor e guitarrista baiano Hyldon se apresenta no Comitê Club, em São Paulo, nesta sexta-feira (15), com os convidados B Negão e Léo Maia. Hyldon foi um dos grandes nomes do soul feito no Brasil nos anos 70, ao lado de nomes como Tim Maia e Cassiano. Ele falou ao Terra sobre o show, seu primeiro DVD, recém-lançado, e seu ‘sumiço’ do mundo musical na década de 80, até ser redescoberto por nomes como Jota Quest e Kid Abelha na década de 90. “Gravei o DVD no Cinemathèque, no Rio, com vários convidados de diversos estilos, como o Mr. Catra, representando o funk, o Bebeto, parceiro das antigas, uma galera do hip hop… Quis trazer esse show pra São Paulo, e chamei o Léo Maia, que vai cantar Até o Caroço, e o B Negão, que vai fazer Velho Camarada.
Além das músicas do Na Rua, Na Chuva, na Fazenda, vou fazer umas coisas do meu velho parceiro Tim (Maia), como I Don’t Know What To Do With Myself, e Primavera, que é do Cassiano mas ficou famosa com o Tim. Também vai ter músicas novas, mas poucas, porque o povo gosta de cantar junto os clássicos. Vou estar acompanhado da minha banda, Brasil Samba Soul, que está junta há sete anos”, explica. Sobre o tempo que passou “sumido”, Hyldon diz que teve problemas com as gravadoras nos anos 80. “Na verdade todos os meus discos tocaram, tiveram música em trilha de novela e tal. Mas nos anos 80 o jabá começou a imperar geral e você tinha que se submeter ao que o povo da gravadora queria. Eu nunca deixei ninguém dar pitaco na minha música, sou meio cabeça dura mesmo. Não sou uma pessoa difícil de lidar, mas para esse pessoal de marketing das gravadoras, minhas ideias não interessavam. Então fiz a opção de trabalhar mais como produtor, fiz discos infantis, uma experiência que eu gostei muito”. Ele credita o retorno às regravações do Jota Quest para As Dores do Mundo e do Kid Abelha para Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha de Sapê), mas também, mais recentemente, à inclusão de músicas suas em trilhas sonoras de filmes como Cidade de Deus, Carandiru e Antônia. “Eu até gravei um clipe para Antônia, dirigido pela Tata Amaral, com o Thaíde e a Nega Li, que ficou muito legal”, conta.
Hyldon acha que está de volta com tudo, e quer continuar tocando. “Vamos ter que agüentar o velhinho por um bom tempo”, brinca, completando que continua tocando por prazer. “Claro que o dinheiro é bom, mas pra mim a melhor coisa do mundo é poder tocar com meus companheiros de banda”. Ele adianta que após o show desta sexta, fará uma pequena turnê pelo interior do Estado de São Paulo e pretende voltar em breve para a capital. “Pra mim é o maior prazer tocar em São Paulo, o público aqui é muito bom, conhece música e respeita o artista”, afirma.