Apresentado por Ana Cañas como manifesto pela manutenção da democracia no Brasil, o sensível canto a capella de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc, 1979) no show que abriu a programação do Palco Sunset na tarde de ontem, 21 de setembro, causou surpresa, mas soou coerente com a trajetória mutante desta cantora, compositora e instrumentista paulistana.
Soulman baiano que vive do culto à obra lançada na década de 1970, Hyldon lançou mão dos sucessos do antológico álbum Na rua, na chuva, na fazenda… (1975), obra-prima da discografia do artista. Munido da própria guitarra, Hyldon cantou a balada Na sombra de uma árvore (Hyldon) em dueto com Cañas, deu voz sozinho a outra balada certeira do álbum, As dores do mundo (Hyldon, 1975), e entrou no universo pop da anfitriã ao tocar guitarra e fazer vocais em Respeita (Ana Cañas, 2017), música recente (de letra ideologicamente correta, mas de construção pueril) em que a cantora flerta com a prosódia do rap para defender o fim da violência contra a mulher.
No fim, o funk Estão dizendo por aí (Hyldon, 1977) arrematou show que, embora tenha pecado pela falta de organicidade do roteiro, reiterou a pluralidade e as habilidades vocais do canto mutante de Ana Cañas.
E não percam, dia 5 de Outubro Hyldon estreia seu novo show “Simplesmente Hyldon” no Teatro Rival Petrobras com sua Banda Zona Oeste e a cantora/compositora Roberta Campos.
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Fonte: G1