Neste sábado (17) o cantor, instrumentista e compositor Hyldon completa 70 anos. A carreira do artista, por sua vez, chega aos 50 anos. O autor de “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê)”, “As Dores do Mundo”, “Na Sombra de uma Árvore”, “Acontecimento” e “Velho Camarada” (em parceria com Tim Maia e Fábio) é um dos pioneiros da black music brasileira. Na esteira de tantas comemorações, Hyldon tem uma série de projetos, que incluem o lançamento de um álbum de inéditas, o lançamento o artista de álbuns antigos nas plataformas digitais e uma série de lives intitulada Minha História.
Nesta série de lives com banda, Hyldon apresenta uma retrospectiva de toda a sua carreira permeada de hits e sucessos radiofônicos. Nos shows transmitidos via web, o cantor irá levar ao público clássicos de seu vasto repertório de sucessos que percorreram toda a trajetória desse músico sempre irriquieto. A série teve início em 12 de abril e segue nos dias 19 e 26 de abril. A banda é formada pelos seguintes músicos: Márcio Pombo (piano, sintetizadores e vocal), Rafael Garrafa (baixo), Guinho Tavares (guitarra e vocal), Felipe Marques (bateria) e Rodrigo Revelles (sax e flauta).
Minha História é uma parceria que envolve o Blue Note (que ancora o projeto em seus canais), a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e a CUFA – Central Única das Favelas. As serão exibidas pelos canais do Blue Note SP e Blue Note Rio, em sincronia com os canais oficiais do cantor e da CUFA.
As celebrações tiveram início em 2020 com o lançamento do álbum “SoulSambaRock”, uma vigorosa demonstração da versatilidade de Hyldon, que circula com desenvoltura nos variados ritmos da música negra, como o soul, o R&B e o blues. No entanto, a pandemia impediu que o artista corresse o Brasil para divulgar o novo trabalho. Ouça o álbum aqui:
Como bem toda sua vasta discografia está disponível nas plataformas digitais, Hyldon está relançando dois álbuns em formato digital. O primeiro é “Sabor de Amor” (1981), o quarto de sua carreira, que sobe justamente neste dia de aniversário do artista. A história de “Sabor de Amor” é interessante. Em 1980, Hyldon resolveu inverter o processo de gravação/show e convocou um time de músicos de primeira linha, fez uma minitemporada no Teatro Opinião para só depois entrar em estúdio. O álbum destaca-se pela espontaneidade incrível, dando ao ouvinte a nítida impressão de haver sido gravado ao vivo. E os músicos convidados para este projeto foram Mamão e Alex Malheiros (Azymuth), Sergio Carvalho (teclados) e Jhusara e Jurema Silva, duas irmãs que faziam parte do Trio Ternura, amigas do Hyldon do tempo que trabalharam juntos com Tony Tornado.
No estúdio, Hyldon sentiu que poderia completar o cast de músicos e convidou Antônio Adolfo, José Roberto Bertrami (Azymuth), Marcio Montarroyos e Bidinho (metais), Picolé (bateria) Renato Piau (guitarra), Chacal e Neném da Cuíca (percussão), Alma Brasileira (grupo de percussão de Padre Miguel) e Ronaldo Correa, Rosana Casanova, Viviane Godoy, Solange Rosa e Jackson Goes em alguns vocais. Ouça o álbum aqui:
“Sabor de Amor”, a faixa-título do álbum, foi uma das músicas mais executadas nas rádios e TVs naquele ano e as faixas “Última Balada” e “Amor, Riso e Lágrimas” entrariam ainda na trilha do filme “O Paraíso Proibido”, do diretor Carlos Reichenback.
Num dos shows, o inesperado fez sua surpresa: a presença inusitada de Tim Maia para uma canja de voz e percussão. O único registro que ficou desse momento foi uma gravação de áudio feita pelo técnico de som e que está no canal Hyldon no You Tube. Ouça esta pérola:
Outro grande álbum de Hyldon que receberá tratamento especial este ano é o celebrado “Deus, a Natureza e a Música” (1976), que também chega neste sábado às plataformas e será relançado em vinil em julho. Este trabalho é reconhecido atualmente como o álbum mais raro de toda carreira do autor. Ouça aqui:
Fonte: Na caixa de CD