Hyldon comenta passado e presente no ‘Globo de Ouro Palco VIVA’

O hit “As Dores do Mundo” está na trilha sonora da novela Boogie Oogie, na TV Globo

Por Fernanda Menezes Côrtes

“Hoje, as músicas não tem introdução e nem melodia” – Hyldon

Impossível encontrar uma pessoa que nunca tenha ouvido “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”. Sucesso nacional há 40 anos, a música de Hyldon marcou gerações e foi com ela que ele gravou sua participação no Globo de Ouro Palco VIVA, no teatro Tom Jobim, no Rio de Janeiro. “Estou muito feliz em participar novamente do Globo de Ouro. Mostrar que ainda podemos fazer muito depois de tantos anos de carreira. Não somos jogadores de futebol (risos). Nossas músicas tem sentimento e por isso resistem ao tempo. Hoje, as músicas não tem introdução e nem melodia. O importante é estar na memória afetiva das pessoas”, diz Hyldon, ao lado do amigo Dalto, que também estará nas novas edições do Globo de Ouro.

Hyldon durante as gravações do Globo de Ouro Palco VIVA (Foto: VIVA / Marcelo Tabach)
Hyldon durante as gravações do Globo de Ouro Palco VIVA

O cantor e compositor lançou recentemente o álbum “Romances Urbanos”, sua primeira parceria com músicos como Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Céu, Mano Brown, Leo Cavalcanti, entre outros, e está com o hit “As Dores do Mundo”, na trilha sonora da novela Boogie Oogie, na TV Globo. .

1988 – Hyldon era…

Um menino do interior da Bahia. Comecei cedo, aos 14 anos. Gravei minha primeira música com 16 anos. Em 76 fiz “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”, um grande sucesso.

Música boa era…
Era música que me tocava. Popular e que fosse criativa. Eu tive conjunto de baile, sempre gostei do lado criativo da música. É uma magia conseguir fazer novas melodias com sete notas musicais. Música é uma alquimia.

Felicidade era…
Trabalhar no que eu gostava. Acreditei no sonho de ser músico e gostaram do que eu fazia.

Sucesso era…
Era tocar no rádio. Naquela época, era espontâneo. As pessoas confundem fama com ser cultuado pela mídia. Fama é ter seu trabalho respeitado.

Desafio era…
Era fazer o que gostava, tocar com músicos bons e mostrar meu trabalho sem me corromper. Isso era ir contra o sistema. A gravadora queria que eu fizesse outra música como “Na rua, na Chuva, na Fazenda”. Era impossível, essa música era única.

2014 – Hyldon é…

Um homem com a mesma essência de antigamente. Continuo um músico amador. Consegui sobreviver com a minha música e sempre com o mesmo prazer e satisfação em compor e tocar.

Música boa é…
Continua sendo a música que toca meu coração, que vem da alma. Mas hoje é tudo muito comercial. Você pode ser popular, mas não precisa ser comercial. Hoje, é tudo jingle. Tem muita gente fazendo música boa mas isso não chega às pessoas.

Felicidade é…
Estar com saúde, com meus amigos e família, poder trabalhar e fazer o que gosto. Sou privilegiado por poder fazer isso num país tão desigual como o nosso.

Sucesso é…
É o sucesso natural. É difícil ter sua música tocando há 40 anos. É diferente do sucesso midiático.

Desafio é…
Acordar e saber que tenho muito que trabalhar, realizar, ter saúde e vontade de compor, fazer novos parceiros. Estar envolvido com várias gerações e ideias diferentes todos os dias. Compartilhar com os jovens. Estou fazendo muito hip hop, compondo para grandes parceiros, como “Baile Black”, com Mano Brown. Minha filha, Yasmin Medina, canta hip hop e componho para ela, também. Desafio é continuar fazendo música de coração, porque é o sentimento que importa. É experimentar coisas novas depois de tantos anos de carreira.

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