Hyldon no projeto O Canto do Vale do Rio Doce | Folha Diária

Hyldon (Daryan Dornelles)

Um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira – MPB, o baiano Hyldon de Souza participa no próximo sábado, dia 28, do Projeto “O Canto do Vale do Rio Doce ” a convite do cantor e compositor capixaba de Colatina, “Cirinho Rio Doce”, no Pub Black Jack, em Linhares, Norte do Estado do Espírito Santo, no Brasil.

Hyldon que é radicado no Estado do Rio de Janeiro, se destaca no cenário musical com letras bem elaboradas, poéticas, com uma sonoridade musical única . Depois de anos afastado da grande mídia, Hyldon retorna com força depois que a geração mais nova passa a percorrer sua grande obra. Talento, simpatia e carisma é que não falta a esse baiano arretado de Salvador conhecido como o Rei do Soul Music. Seus sucessos são “Na rua na chuva ou na fazenda”, “Nas dores do mundo”, “Na sombra de uma árvore”, entre outros.

O baiano é ainda produtor musical, maestro, saxonista, guitarrista, baixista, baterista, tecladista. É um dos mais artistas brasileiros mais conhecidos no exterior fazendo shows com frequência na Europa. Esteve recentemente no Rock In Rio, e já participou do mesmo evento em Londres e Portugal.

O projeto “Canto do Vale do Rio Doce”, de autoria de Cirinho Rio Doce, já foi exibido em teatros, clubes e casa de shows, com as participações de artistas da música como Paulinho Pedra Azul, Cláudio Nucci, Violeiro Chico Lobo, Pedro Sampaio, Dalto e Tunai em Colatina, no Teatro Carlos Gomes (Vitória), em Linhares e em Governador Valadares (MG). Cirinho Rio Doce é considerado pela crítica o maior cantador do Vale do Rio Doce já que suas canções retratam a história e cultura do Vale.

O show vai ser no Pub Black Jack, na Rua da Santa Conceição, no Centro de Linhares, a partir das 21 horas. Mesa a R$ 190,00 e o ingresso individual a R$ 45,00 – Local das Vendas: Imprimais, perto da Rodoviária e ao lado Loja Maçônica.

Hyldon abre o verbo

Jornal – Como vê a música atual, melhor ou pior quando fez muito sucesso?
Hyldon – A música do Brasil é a mais rica do mundo,tem muita música de qualidade que não chega as pessoas, o internet chegou para democratizar os caminhos dos artistas até o público mas quem manda ainda são as grandes emissores, principalmente de rádio e Televisão, infelizmente 99% são comprometidas com o famoso jabá.

Jornal – Porque as rádios hoje em dia batem sempre na mesma tecla, no mesmo estilo. Acha que há uma ditadura musical?
Hyldon -As rádios trabalham como agencia de publicidade, pagou elas tocam. Mas existem exceções!

Jornal – Como foi sua experiência de participar do Rock In Rio ?
Hyldon – Eu já havia tocado em 2012 no Rock in Rio Lisboa e foi surpreendente ver que as pessoas lá conheciam e cantaram comigo minhas músicas ,agora aqui nesse ano foi maravilhoso,uma baita estrutura, é muito legal trabalhar com profissionais como o Zé Ricardo (curador do Palco Sunset) e toda a equipe, fui convidado da Ana Cañas e tinha ao nosso lado uma super banda capitaneada pelo excelente guitarrista Edgar Scandurra, além de cantar minhas músicas, sentir a vibração de um público musical e participativo, foi demais.

Jornal – Você lançou ótimos trabalhos recentemente, bem aceitos pela crítica. Vai cantar músicas novas em Linhares?
Hyldon – O show que vou fazer é bem intimista, vou fazer um apanhado da minha carreira e tocar algumas músicas que marcaram a minha história. Mas a preferencia são grandes sucessos para o público participar, cantar junto comigo. Como é um show de voz e violão nem defino repertório antes, vou sentindo o público e pela reação deles vou formatando o show.

Jornal – Conhecia o trabalho de Cirinho Rio Doce. Como avalia o trabalho dele?
Hyldon – O Cirinho segue uma linha que gosto muito que é a do violeiro -cantador, tipo o Elomar, Paulinho Pedra Azul, Almir Sater, Renato Teixeira. Conheço o trabalho dele sim e gosto muito, vamos ver se fazemos alguma coisa juntos no show.

Jornal – O Brasil atual te incomoda, com tanta roubalheira? Acha que o País tem uma luz no fim do túnel?
Hyldon – Tem um luz no fim do túnel, espero que não seja um trem, o que me preocupa é a falta de opções, tomara que não fiquem os mesmos. Que apareça gente nova na política e que juntos possamos mudar esse sistema viciado em roubos e falcatruas. Os que estão no meu radar, são como dizia um personagem do saudoso Chico Anysio – “o POVO QUE SE EXPLODA”.

Jornal – Torce para qual time de futebol? vai com frequência aos estádios?
Hyldon -Vasco da Gama, vou muito pouco prefiro ver na TV

Jornal – O que mais te incomoda na música hoje em dia?
Hyldon -Apesar da música brasileira ser a mais linda e mais versátil do mundo toca sempre as mesmas porcarias

Jornal – É mais fácil fazer sucesso hoje em dia?
Hyldon -Talvez seja mais fácil sim mas também somem como chuva de verão. Um sucesso não dura três meses quando muito.

Jornal – Que dica dá para os jovens que estão começando hoje em dia na música ?
Hyldon – Poucas são as pessoas no mundo que trabalham no que amam, se você conseguir fazer isso, já é um grande passo, dinheiro não é tudo. Eu nunca fiz música para ganhar dinheiro, fiz por uma necessidade de me expressar, por amor a música, talvez por isso minhas canções estão aí há quatro décadas.

Fonte: Folha Diária