Detonautas comemoram duas décadas com o sexto disco, intitulado ‘VI’, que inclui uma releitura de Hyldon e uma parceria com Leoni. ‘A gente resolveu dar uma relaxada’, afirma Renato Rocha
Parece que foi ontem, mas entre mudanças de formação, hits e períodos de queda, já são 20 anos de Detonautas Roque Clube. O grupo carioca lança o sexto disco, “VI”, no fim de outubro. Conhecidos por músicas mais agitadas como “Um Outro Lugar”, voltam com mais baladas, com letras mais aconselhativas como “Canção do Amigo”, “Nossos Momentos” e “Dias Assim” (parceria com Leoni) e uma versão de “Na Sombra de Uma Árvore”, do soulman Hyldon.
“A gente resolveu dar uma relaxada no som, até porque estava rolando essa polarização nas redes, esse discurso meio raivoso. Quisemos vir com menos guitarras. Produzimos o disco sozinhos, eu toquei violão em algumas músicas”, conta o guitarrista Renato Rocha, que divide o grupo com Tico Santa Cruz (voz), Cléston (DJ e percussão), Fabio Brasil (bateria), Phill (guitarra) e Fabio Macca (baixo). Os dois últimos, respectivamente, substitutos de Rodrigo Netto (morto em 2006, após ter sido baleado em um assalto) e Tchello.
Conhecido pelo ativismo nas redes sociais, Tico diz que buscou dialogar com o ouvinte nas letras, em músicas como “Brother”. “Sempre tratamos de questões românticas e existenciais, de temas para levantar a autoestima das pessoas. Nessa música, queremos chamar a pessoa para conversar sem intolerância”, conta o vocalista.
A canção “Dias Assim”, parceria com Leoni, surgiu de afinidades com o compositor, “um cara que defendeu uma pauta parecida com a nossa, de luta pela democracia”, diz Tico, que se posicionou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Para o clipe, foi preciso recrutarar 13 pessoas que nunca haviam se visto, para se beijarem na boca.
“Foi inspirado num vídeo americano que vimos chamado ‘First Kiss’. Ficamos muito emocionados com o que vimos e decidimos reproduzir isso em imagens no Brasil”, diz Renato, cuja banda surgiu na internet (o nome “Detonautas” é porque boa parte dos integrantes se conheceram numa sala de bate-papo) e até hoje inspira-se nela. “É engraçado que hoje a velocidade das coisas até me assusta”, brinca.
Fonte: Diário de S. Paulo